Minicursos Noite




CADERNO DE RESUMOS MINICURSOS SELET 2012


TURNO DA NOITE:
DIA 29/10/2012 (SEGUNDA- FEIRA) E DIA 30/10/2012 (TERÇA-FEIRA)


A AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM: A VERSÃO GERATIVA E A VERSÃO INTERACIONISTA

Profa. Ms. Cirlana Rodrigues de Souza (UFU)

O objetivo, neste minicurso, é apresentar duas teorias linguísticas acerca da aquisição de linguagem pela criança e que se caracterizam pelo antagonismo entre seus fundamentos. A primeira é teoria gerativa e sua proposta sobre a linguagem da criança e, a segunda, é a teoria interacionista na vertente que se articula à psicanálise de Jacques Lacan e à linguística estrutural de Ferdinand de Saussure. Para isso, iniciaremos com os conceitos de língua, linguagem e fala   para essas duas teorias, conceitos esses que direcionam as elaborações dessas teorias acerca do tema aquisição de linguagem. Na sequência, apresentaremos a proposta chomyskiana – Teoria Gerativa – para a aquisição de linguagem, assim como seu projeto para a abordagem da linguagem da criança, em relação à possibilidade de descrição e análise. Em continuidade ao tema, iremos apresentar a proposta interacionista para a aquisição de linguagem. Essa proposta se articula com a noção de estrutura em Ferdinand de Saussure e Jacques Lacan, considerando a intrínsica relação sujeito e linguagem, na psicanálise. Também, dentro da teoria interacionista, daremos ênfase à mudança e à heterogeneidade/alteridade como aspectos inerentes à linguagem da criança, em específico, para a fala da criança frente às propostas desenvolvimentistas. Nesse ponto, será relevante considerarmos o erro na fala da criança pelo viés dessa mudança imprevizível. Enfatizaremos, ainda, as implicações dessa proposta interacionista em situações educacionais (e outras) nas quais temos que abordar a fala da criança.

Palavras – chave: Linguística, psicolinguística. 


A MOTIVAÇÃO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Fernanda Costa Ribas (PPGEL/ ILEEL – UFU)
Cristiane Manzan Perine (Mestranda PPGEL/UFU)

A motivação é considerada por Dörnyei (2005) uma das variáveis individuais que pode afetar o sucesso do aluno no processo de ensino e aprendizagem de uma língua. Segundo o autor, ela provê impulso para iniciar o processo de aprendizagem e força para sustentá-lo. O indivíduo que não é suficientemente motivado, mesmo apresentando habilidades notáveis, terá dificuldade em alcançar objetivos a longo prazo. Por esse motivo, neste minicurso, discutiremos sua importância, bem como: a) o que se entende por motivação e como investigá-la e b) que fatores podem influenciar a motivação dos aprendizes positiva ou negativamente. Pretendemos também abrir espaço para reflexão, compartilhamento de experiências e análise de maneiras de se trabalhar (em diferentes contextos de aprendizagem) de forma a contribuir com a motivação dos alunos.

Palavras – chave: Linguística Aplicada; Ensino e aprendizagem de língua estrangeira.


ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA: TEORIA E PRÁTICA

Profa. Dra. Maria Aparecida Resende Ottoni
Mestranda Flávia Motta de Paula Galvão
Universidade Federal de Uberlândia (ILEEL/UFU)

A proposta deste minicurso é apresentar e difundir os pressupostos teóricos da Análise de Discurso Crítica – ADC – (CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2001 e 2003). Além disso, buscamos fornecer subsídios aos professores e futuros docentes de línguas para o trabalho de leitura e de análise crítica de diversos gêneros e discursos que circulam na sociedade. Objetivamos, também, estimular a produção de pesquisas com base na ADC. Para atingir nossos objetivos, o minicurso será organizado em duas etapas: em uma, apresentaremos e discutiremos a teoria e, em outra, aplicaremos alguns conceitos na análise de exemplares de gêneros de discurso.


ASPECTOS VERBAIS DO PASSE COMPOSE/IMPARFAIT: LEQUEL CHOISIR?

Giovanni Ferreira Pitillo (UFU)
Zuleika da Costa Pereira (UFU)

O aspecto verbal se apresenta, na maioria das vezes, como um possível complicador para aprendizagem de uma língua, seja ela materna ou estrangeira. No caso específico da língua francesa o uso dos tempos Passé Composé e Imparfait constituem uma dificuldade a parte que merece ser revisada. Nesse sentido a ideia deste minicurso se justifica, pois ele objetiva apresentar as relações entre esses tempos do passado, por meio da análise de suas peculiaridades, sobretudo aquelas que dizem respeito ao seu uso, pois têm uma função decisiva na compreensão do texto oral e escrito. Um estudo mais detalhado desses tempos verbais pode garantir uma melhor formação do professor de francês.

Palavras – chave: Língua Estrangeira, Francês, tempos verbais.
             

FIGURAÇÕES DA VIOLÊNCIA NO CONTO CONTEMPORÂNEO BRASILEIRO

Ana Caroline de Oliveira Meira (PPGLET/UFU)
Leonardo Francisco Soares (ILEEL/UFU)

Partindo da perspectiva que o conto é uma narrativa breve, Júlio Cortázar em seu ensaio “Alguns aspectos do conto”, define o conto como sendo uma narrativa “incisiva, mordente, sem trégua desde as primeiras frases”. A partir desta definição, o autor argentino passará a caracterizar essa narrativa curta, apontando todos os aspectos estruturais que a compõe; como também apresentará a história do desenvolvimento desta narrativa desde o seu início com Edgar Allan Poe, até Tchekhov, Katharine Mansfield, Kafka, Virgínia Woolf, Jorge Luis Borges e contemporâneos. A suposta “corrida contra o relógio” ocorre nesta narrativa, uma que vez que o contista não pode proceder acumulativamente, já que não tem o tempo por aliado. Diante disso, o conto é demarcado pelos seguintes elementos constitutivos: intensidade, tensão e significação; tendo em vista que busca por impactar e até mesmo seduzir o leitor. Mas para que estes elementos se entrelacem ao longo da narrativa, é necessário que o conto delimite a temática proposta, seja esta um acontecimento real ou fictício, mas que irradie alguma coisa para além dela mesma, de modo que um vulgar episódio doméstico se converta no resumo implacável de certa condição humana. Ricardo Píglia em seu artigo “Novas teses sobre o conto” reitera a necessidade de se delimitar a temática para impactar o leitor: “ Uma história visível esconde uma história secreta, narrada de um modo elíptico e fragmentário. O efeito de surpresa se produz quando o final da história secreta aparece na superfície”. Portanto, a proposta de trabalho deste minicurso tem como objetivo verificar e analisar a tensão interna da trama desta narrativa, a qual estará voltada em perceber as figurações da violência humana que vão além de um mero relato do cotidiano e, que leva o leitor a ver a realidade de diferentes ângulos e, assim, abrindo caminho para que as verdades estabelecidas sejam colocadas sob suspeita. Já que tal temática serve como revelação de um contexto social e marca o campo artístico, sobretudo a Literatura. Assim nas narrativas contemporâneas, essa criticidade tornou-se evidente para a representação das mazelas do homem, envolto nas mais diversas formas de agressão. Nesse sentido, serão discutidas narrativas de autores como Raduan Nassar, Rubem Fonseca e Sérgio Sant’Anna.

Palavras – chave: violência, conto contemporâneo. 


HERESIA E MAGIA: BRUXAS E FEITICEIRAS NA LITERATURA BRASILEIRA 

Kenia Maria de Almeida Pereira (UFU)

O objetivo deste minicurso consiste em analisar alguns poemas e contos da literatura brasileira os quais apresentem as figuras arquetípicas da bruxa e da feiticeira, mescladas às questões da magia, da heresia e da Inquisição. O enfoque nestas personagens ajudarão os alunos a refletirem sobre a complexidade das metáforas do universo feminino e os embates com a censura e os dogmas religiosos. Este minicurso estará moldado pelo discurso multidisciplinar, uma vez que transitará pela teoria da literatura, pela história e pela mitologia. Os comentários estarão ancorados nos estudos de Eleazar Meletínski, Jung, Francisco Bethencourt, Mircea Eliade, Anita Novinsky  e Antonio Candido.

Palavras – chave: Literatura Brasileira, Teoria literária, Mitologia.


LES CULTURES BRESILIENNE ET FRANÇAISE A TRAVERS LES CHANSONS

Benice Naves Resende (UFU)

Este minicurso tem o objetivo de apresentar aspectos históricos, sociais e culturais do Brasil e da França através de músicas brasileiras e francesas, a partir de uma abordagem comparativa das idéias e dos valores que estão na base de movimentos históricos, sociais e culturais determinantes da cultura ocidental dos dois países em questão. A realização de um estudo comparativo de músicas brasileiras e francesas de mesmo tema contribui para o conhecimento de fatos sociais inerentes a cada sociedade específica: a brasileira e a francesa. A análise e a interpretação das letras das músicas levará à reflexão crítica e ao debate de cada tema abordado, evidenciando assim a visão de mundo de cada sociedade retratada. Música é elemento fundamental de relação entre o universo de sentido pessoal e aquele proposto pela cultura, assim serão apreciados também os traços estilísticos que referenciam o papel da música nas sociedades.

Palavras – chave: Culturas brasileira e francesa, música, língua.


LETRAS QUE SE MOVEM, DISCURSOS QUE SE MOVEM: GÊNERO E ENSINO

Profª DrªMaria Cecília de Lima UFU
Janaína Jácome dos Santos UFU-PARFOR/ IESP

Nesse minicurso temos como objetivo fazer um arrazoado sobre a representação da mulher ao longo da história do Brasil (PINSKY, 2012) para, com isso, contribuir com a discussão/inserção das relações de gênero no contexto escolar, tema esse que deve ser discutido em sala de aula (BRASIL, 1997). Como as colocações postas nesse minicurso, esperamos contribuir com as pessoas que já trabalham, ou ainda trabalharão, no âmbito escolar possam ter subsídios para refletir sobre estereótipos relacionados à mulher, o que pode contribuir com o trabalho em sala de aula para a prevenção do sexismo, das relações desiguais de gênero. Com isso, alunos mais críticos frente a problemas sociais poderão ser formados e posicionarem-se frente a problemas sociais, como a violência contra a mulher e intervirem positivamente na construção da cidadania.


LITERATURA INFANTOJUVENIL E CINEMA: ADAPTAÇÕES, RECRIAÇÕES, SIMPLIFICAÇÕES

Prof. Dr. Paulo Fonseca Andrade (ILEEL/UFU)

A literatura infanto-juvenil sempre despertou a discussão acerca de adequações temáticas e linguageiras. Em função disso, textos considerados “clássicos” – mesmo aqueles originalmente escritos para esse público – foram e são alvos de constantes adaptações, com o pretexto de torná-los mais “acessíveis” às crianças ou aos jovens. Com o advento do cinema, a transposição de textos para as telas relança e alarga essa mesma discussão. Assim, este minicurso pretende problematizar dois casos de adaptações – As aventuras de Pinóquio (Carlo Collodi X Walt Disney) e Onde vivem os monstros (Maurice Sendak X Spike Jonze) –, observando as propostas estéticas e narrativas de cada obra, bem como os efeitos de alargamento ou simplificação do sentido.

Palavras – chave: Literatura infantil e juvenil, adaptação, clássicos. 


MODELOS FONOLÓGICOS NÃO LINEARES

Marlúcia Maria Alves (UFU)

O presente minicurso tem por objetivo apresentar uma breve introdução aos modelos fonológicos considerados não lineares, como a fonologia CV, fonologia autossegmental, fonologia de dependência, fonologia de governo, fonologia   lexical, fonologia métrica e teoria da otimalidade. Em linhas gerais, estes modelos fonológicos mostram diferentes níveis de representação para os segmentos e para os constituintes silábicos. Este fato se mostra importante para uma discussão maior sobre a formalização do componente sonoro. Este minicurso promoverá uma discussão maior sobre   fatos relacionados à fonologia e à concepção de fonema, ampliando um conhecimento mais específico sobre a gramática formal da língua e sobre a possibilidade de pesquisa científica na área.

Palavras – chave: Fonologia, otimalidade.


NOVO JORNALISMO: MÍDIA, REPRESSÃO E PROTESTO

Prof. Dr. Ivan Marcos Ribeiro (UFU)
Olívia Maria Santos de Lima (Pós-graduanda do Programa de Mestrado em Teoria Literária da UFU)

Este minicurso visa apresentar um quadro histórico do fenômeno midiático chamado de Novo Jornalismo, especialmente nos Estados Unidos, discutindo questões básicas para sua formação, bem como realizando uma varredura dos elementos sociais que compõem essa manifestação. Pretende-se analisar o contexto norte-americano   em relação à guerra e conflitos militares, não só envolvendo assuntos e temas desse país, mas também buscando ligações e influências mundiais. Visa-se ainda compreender o trabalho de alguns de seus notórios expoentes, tais como o autor norte-americano Norman Mailer, Gore Vidal e Charles Bukowski, e tentar-se-á ainda refletir sobre as condições essenciais para a caracterização do movimento, principalmente nas relações entre governos, mídia e sociedade. Como passo final, discutir-se-ão as contribuições desse movimento para a constituição de novas posturas em relação à mídia atual, no que tange as relações diplomáticas, literatura e expressões artísticas de contracultura.

Palavras – chave: Literatura norte-americana, jornalismo, relações internacionais.
  

O GÊNERO DISCURSIVO EM SALA DE AULA: UM ENFOQUE MULTIMODAL

Eliana Dias (ILLEL/UFU)
Walleska Bernardino Silva (Eseba/PPGEL/UFU)

Na contemporaneidade, as práticas de ensino-aprendizagem têm mudado significativamente. Uma das causas dessa   mudança foram as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) que redimensionaram as práticas de letramento e, por conseguinte, o trabalho com os gêneros discursivos. Assim, a rede de significações deixou de ser aquela baseada focadamente no plano linguístico. Hoje, o que se espera de um aluno é que ele seja capaz de relacionar as várias modalidades: gestual, visual, sonora, linguística, espacial, para a produção de sentidos. Dessa forma, a noção de letramento se amplia para letramentos múltiplos (ROJO, 2009) a partir de uma leitura multimodal do mundo.  Garantir aos alunos competências e habilidades linguístico-discursivas por meio do ensino do gênero em perspectiva multimodal torna-se imprescindível para a formação de cidadãos potencialmente críticos, autônomos e multiletrados. Nesse sentido, este minicurso objetiva, primeiro, apresentar e discutir noções teóricas – gênero discursivo, multimodalidade e multiletramento – para, em seguida, apresentar, analisar e (re)construir propostas didáticas ao ensino de língua materna por meio dos gêneros discursivos.

Palavras – chave: Linguística aplicada, ensino de gêneros discursivos. 


O INSÓLITO E O CONTO CONTEMPORÂNAEO BRASILEIRO: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE FRAGMENTOS DA PRODUÇÃO CONTÍSTICA DE ANTÔNIO CARLOS VIANA

Maria Ivonete Santos Silva (UFU)

O conto brasileiro contemporâneo é herdeiro de uma tradição que, apesar das restrições a ele impostas nas décadas de 80 e 90, pode ser considerada consistente e extremamente substancial no que diz respeito à sua forma e ao seu conteúdo. Sendo assim, o nosso objetivo durante à ministração do presente mini curso é, inicialmente, apresentar um panorama geral dos herdeiros dessa tradição deixada pelos seus antecessores e, em seguida, destacar os herdeiros do insólito, sobretudo na linha de Júlio Cortázar – é dela que se depreende uma das principais características do autor objeto do nosso estudo Antônio Carlos Viana. A ideia é demonstrar de que modo o insólito - entre outros elementos composicionais da sua produção contística -, se articula e promove, inclusive no leitor, sujeito da modernidade, a experiência estética da desumanização/ humanização, ao lidar com dia a dia de personagens que lutam por objetivos que, a primeira vista, são destituídos de qualquer valor moral ou material, mas que, logo em seguida, adquirem outra dimensão, inclusive no plano existencial.

Palavras – chave: conto, insólito, literatura brasileira. 


O MITO ANTES DE DRÁCULA – UMA ANÁLISE DA FIGURA DO VAMPIRO NA LITERATURA E NO CINEMA AO LONGO DOS ÚLTIMOS TRÊS SÉCULOS.

Júlio Cezar Pereira de Assis (ILEEL/UFU)

O vampiro, dentro das produções artísticas ocidentais, foi (e ainda é) um dos mitos mais explorados, reconstruídos e desconstruídos dos últimos três séculos. O fascínio e a curiosidade do público pela figura desses personagens notívagos podem ser explicados pela eterna busca do homem por imortalidade (ainda que essa possa ser vista como uma maldição) e a possibilidade de se viver de forma errante, livre, ao mesmo tempo em que os vampiros apresentam um lado ameaçador e sedutor. O objetivo deste minicurso é estabelecer um breve panorama crítico da figura do vampiro (que muitos ainda acreditem ter iniciado com a obra Drácula, do irlandês Bram Stoker, embora este autor inegavelmente o tenha popularizado) e sua simbologia nas principais produções literárias e cinematográficas de todos os tempos. Além de tentar estabelecer uma possível origem histórica para o surgimento do mito do vampiro e seu significado, o minicurso pretende analisar algumas das principais produções artísticas relacionadas ao tema dos últimos séculos, de seus primórdios até a saga popular entre os adolescentes,Crepúsculo, da escritora americana Stephenie Meyer. Ainda que o foco seja a produção vampiresca estrangeira, o minicurso discutirá a presença (ainda que mínima) do personagem dentro da produção artística brasileira, apresentando os seus principais autores e suas características, discutindo o porquê deste mito de apelo universal não ter tido tantos seguidores entre os grandes escritores do cânone brasileiro.    

Palavras – chave: Literatura, cinema, artes, vampiro.
           

OS CORPOS (HOMO)ERÓTICOS NA LITERATURA BRASILEIRA

Fábio Figueiredo Camargo (UFU)

O minicurso visa, a partir da análise de alguns contos de autores brasileiros, discutir a representação dos corpos de personagens masculinos que se relacionam com o mesmo sexo. Nessas representações há partes dos corpos que metonimicamente representam relações dicotômicas muito utilizadas para descrever os gays como as antíteses saúde/doença, vício/virtude, belo/feio. Esses pares revelam como a cultura vê os sujeitos praticantes do homoerotismo e qual a leitura que os escritores fazem das relações sociais desses sujeitos. A teoria queer é uma forma bastante radical de se operar teoricamente com a questão do estranho e, talvez, possa nos ajudar a pensar as representações dos corpos que os autores descrevem em suas narrativas curtas, assim como dar suporte teórico às nossas formulações, pois os corpos descritos perturbam a ordem das coisas e os paradigmas de convivência e aceitação social com os quais se deparam.

Palavras – chave: Literatura brasileira, homoerotismo. 


POESIA CONTEMPORÂNEA E SEUS VIESES TEÓRICOS

Profa Dra Elaine Cristina Cintra (ILEEL, PPGLET - UFU);
Mestrando Tiago Henrique Cardoso (PPGLET – UFU);
Mestrando Ricardo Alves dos Santos (PPFGLET – UFU);
Mestranda Mariana Nascimento do Carmo (PPGLET – UFU);
Mestranda Mariana Nunes de Freitas (PPGLET – UFU);
Mestrando Éversom Pinto Monteiro (PPGLET – UFU)

A poesia contemporânea brasileira, mais especificamente a que se enquadra no período da década de 2010 até a mais recente, apresenta algumas discussões que merecem ser revisadas, como sua relação com a tradição moderna, a constituição de uma subjetividade em um tempo de esvaziamento do sujeito e mercantilização das relações, a representatividade de um país e uma época no discurso lírico atual. Este minicurso pretende abordar essas reflexões, através da apresentação de seis poetas representativos brasileiros que se inserem nesta época: Ricardo Domeneck, Armando Freitas Filho, Waldo Motta, Ana Cristina César, Marcos Siscar e Sebastião Uchoa Leite. Assim, através da leitura crítica de tais poetas, objetiva-se ampliar a discussão proposta, abrindo para abordagens analíticas que poderão ser suscitadas posteriormente.

Palavras – chave: Teoria Literária, Literatura brasileira, poesia. 


SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA: DISCUTINDO SOBRE O SIGNIFICADO

Dra. Dieysa Kanyela Fossile (UFT/Programa de Pós-Graduação em Ensino de Língua e Literatura)

Este minicurso se apresenta como uma proposta de discutir a relação existente entre a semântica e a pragmática (OLIVEIRA; 2001, 2006). Questiona-se a perspectiva de Recanati (2004) que propõe que o conteúdo proposicional da sentença é desnecessário e que somente o que o falante diz no sentido pragmático deve ser levado em conta ao se interpretar “o que é dito”. Para análise dessa relação: (a) “significado da sentença” e (b) “significado do falante”, tomou-se o caso da Visão Sincrética (cf. BACH (1994a, 1994b); SOAMES (2002)) e da Perspectiva Contextualista de Recanati (2004). A primeira perspectiva distingue noções semânticas e pragmáticas, não desconsidera nem uma e nem outra noção. Já a segunda versão rejeita o componente semântico, considerando apenas o pragmático ao se interpretar “o que é dito”.

Palavras-chave: Semântica. Pragmática. O que é dito.


UM OLHAR COMPLEXO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL

Maurício Viana de Araújo (ILEEL/UFU)

Neste minicurso, pretendo colocar em questão uma prática tão arraigada no que diz respeito ao ensino-aprendizagem da produção textual que até parece ser o modo natural de se proceder: uma sequenciação rígida das atividades didáticas, pressupondo que certos passos devam ser dados antes de outros, devido a uma suposta hierarquia de dificuldades oferecidas pelo texto. Para a reflexão que pretendo suscitar, laçarei mão de algumas ideias da Teoria da Complexidade, proposta por Edgar Morin (2008), fundamentadas nos princípios dialógico, hologramático e recursivo, no sentido de pensar propostas pedagógicas de natureza complexa que possam oferecer alternativas de ensino-aprendizagem do texto de caráter mais rizomático e menos hierarquizado do que nos sugerem os manuais didáticos com os quais estamos acostumados a lidar.

Palavras – chave: Linguística Aplicada, produção textual.


O TRABALHO COM A ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Prof. Dr. Sandro Luis da Silva (UNIFESP)

Este minicurso tem por objetivo oferecer aos participantes uma reflexão sobre alguns aspectos da oralidade desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, como um dos pilares da Educação Linguística, com vistas à formação de futuros cidadãos. Será dada uma abordagem ao estudo da oralidade para auxiliar os professores no ensino de produção oral nas escolas, promovendo o desenvolvimento da competência oral de seus alunos. Serão considerados os aspectos legais (PCN e LDBN), assim como as diferentes abordagens dadas ao estudo da oralidade pelos estudos linguísticos, além de propostas de atividades que poderão ser utilizadas em sala de aula visando ao desenvolvimento da competência linguística dos educandos.

Palavras – chave: Linguística, Língua Portuguesa e Ensino.